30 de novembro de 2006

O momento não está para grandes "escritas"...
"Ao entardecer 2", Outubro 2006

27 de novembro de 2006

Faltam apoios

Não há um único programa a nível nacional que dê apoio aos jovens artistas plásticos nacionais! Um único! Se não são as Galerias privadas, ou alguns Museus, estes nunca conseguiriam apresentar o seu trabalho... e todos sabem como é difíci arrancar com a nossa vida profissonal.

Os próprios trabalhos artísticos custam dinheiro... quem apoia estes artistas plásticos... alguém imagina quanto custa fazer uma peça em bronze, ou mármore? Se não são os paizinhos a pagar as primeiras obras, o que seria destes jovens?

Falta um Programa Nacional que apoie, não todos como é óbvio, mas os bons, não somente os excepcionais. Com verbas para materiais, com espaços para criar e apresentar esse trabalho criativo.

Enfim, é o país que temos.
"Ao entardecer", Outubro 2006

24 de novembro de 2006

Talvez seja do tempo...

Talvez seja do tempo, mas ando com pouca paciência para tudo... ou talvez seja da vidinha que temos de levar para "sobreviver".

Esquemas...

Este é um pais de esquemas, vigarices e dos chicos espertos. No entanto, estes chicos espertos pensam que os outros andam a dormir!

21 de novembro de 2006

COM UM BRILHOZINHO NOS OLHOS


Com um brilhozinho nos olhos
e a saia rodada
escancaraste a porta do bar
trazias o cabelo aos ombros
passeando de cá para lá
como as ondas do mar
conheço tão bem esses olhos
e nunca me enganam
o que é que aconteceu diz lá
é que hoje fiz um amigo
e coisa mais preciosa no mundo não há


Com um brilhozinho nos olhos
metemos o carro
muito à frente muito à frente dos bois
ou seja fizemos promessas
trocámos retratos
traçámos projectos a dois
trocámos de roupa trocámos de corpo
trocamos de beijos tão bom é tão bom
e com um brilhozinho nos olhos
tocamos guitarra
pelo menos a julgar pelo som



E o que é que foi que ele disse?
E o que é que foi que ele disse?
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
passa aí mais um bocadinho
que estou quase a ficar louco
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
portanto
hoje soube-me a pouco



Com um brilhozinho nos olhos
corremos os estores
pusemos o rádio no on
acendemos a já costumeira
velinha de igreja
pusemos no off o telfone
e olha nao dá para contar
mas sei que tu sabes
daquilo que sabes que eu sei
e com um brilhozinho nos olhos
ficámos parados
depois do que não te contei



Com um brilhozinho nos olhos
dissemos sei la
o que nos passou pela tola
do estilo: és o number one
dou-te vinte valores
és um treze no totobola
e às duas por três
bebemos um copo
fizemos o quetro e pintámos o sete
e com um brilhozinho nos olhos
ficámos imoveis
a dar uma de tête a tête



E com um brilhozinho nos olhos
tentamos saber
para lá do que muito se amou
quem éramos nós
quem queriamos ser
e quais as esperanças
que a vida roubou
e olhei-o de longe
e mirei-o de perto
que quem não vê caras
não vê corações
e com um brilhozinho nos olhos
guardei um amigo
que é coisa que vale milhões




Sérgio Godinho

19 de novembro de 2006

Experiência interessante...

O Ministro da Educação francês foi aos Emirados Árabes Unidos inaugurar um núcleo da Universidade de Sorbone, e iniciar conversações para a fundação de um polo do Museu do Louvre no Médio Oriente.
Ora aqui está uma excelente forma de aproximação entre o mundo árabe e o ocidental! Não é através da venda de armas que a aproximação acontecerá, ou através de protocolos de comércio livre (sempre prejudiciais para os árabes!). A cultura e o ensino académico jogam aqui um papel importantissimo. Esperemos que esta seja a experiência fundadora de uma nova relação oriente-ocidente.
Quero colocar uma foto, mas o blogger quando embirra...

17 de novembro de 2006

No novo número da "Arte Capital"

"Os vários exemplos demonstram como o conceito de memória pública está constantemente a ser re-negociado, mesmo que muitas vezes o consideremos um ponto final ou uma materialização estática da memória colectiva. O nosso envolvimento com o evento e com a sua representação é sempre um processo continuo e dinâmico: ora através da diversidade de abordagens ou experimentação continua em torno da forma como lembrar um evento específico, ora através da utilização de uma abordagem que privilegia o processo, ora através da "colagem" de extensões não antecipadas depois da intervenção estar 'completa'."
 
Excerto de um texto de Roger Meintjes sobre a Memória Pública, publicado na "Arte Capital". A ler com muita atenção, para quem gosta destas temáticas claro!
 

Poesia

A PALAVRA


Só conheço, talvez, uma palavra.

Só quero dizer uma palavra.

A vida inteira para dizer uma palavra!

Felizes os que chegam a dizer uma palavra!


Saúl Dias

16 de novembro de 2006

É a cultura estúpido!

Hoje no "Público", na segunda e terceira página, vinha um extenso artigo sobre a rentabilidade da cultura na Europa. Um estudo concluiu que a na Europa, a Cultura rende mais que os negócios imobiliários, que a industria automóvel, que as bebidas e que a industria alimentar. Em Portugal, por exemplo, a Cultura representa 3% do PIB! Imagine-se, 3%! Ainda há quem veja a Cultura como uma despesa e não como um investimento!

É referido o caso de Bilbao e do seu Gugunheim (é assim que se escreve?). Esta cidade passou de periférica a central no que respeita ao turismo no norte de Espanha. Uma suja cidade industrial, sem graça, é agora um polo de atracção de hoteis, cafés, e outras industrias que vivem em parte do turismo cultural.

A produção cultural, e a fruição cultural mexe com muitas outras industrias. Desde a electricidade, empresas de design, carpinteiros, serralheiros, tintas, papel, tecidos, informática, hoteis, agências de viagens, cafés, restaurante, lojas de souvenirs, etc, etc... matar a industria cultural nos nossos dias, é aniquilar um vasto conjunto de empresas que vivem em grande parte dos produtos culturais oferecidos pelo Estado, autarquias, fundações e associações.

Fundamentalismo cristão

Hoje, na conferência episcopal portuguesa, concluiu-se que fazer a fertilização artificialmente de uma mulher com esperma que não seja do marido, ou com um óvulo que não seja da própria, é considerado uma infidelidade por parte da Igreja Católica, apesar da mesma prática resultar de um mútuo consentimento dos membros do casal!

Blogosfera

 
A não perder este Blog:
 

15 de novembro de 2006

Poesia

POR TODA A PARTE

Caminhei na sombra,
anos e anos,
na busca de encontrar-te.

Procurei-te na Vida.
Procurei-te na Arte.

E, agora,
encontro-te afinal
por toda a parte.


Saúl Dias

Colecção da Caminho

A editora Caminho está um publicar uma colecção relativa aos mais interessantes artistas plásticos portugueses do século XX. O conjunto é extremamente interessante e acessível a qualquer bolsa. Cada exemplar custa somente 10€! Uma pechincha nos dias de hoje!
 
Eu já adquiri os números relativos a Armando Alves e Júlio. Assim que sair o de Jorge Vieira vou também comprá-lo. O do Almada Negreiros ainda não o encontrei, mas é outro livro que não me pode escapar.
 
Tenho no entanto uma critica a fazer. Há um nome, há uma referência nacional do mundo da pintura portuguesa, que falta nesta colecção. É para mim incompreensível não haver um número dedicado a Rogério Ribeiro! Deixo no entanto o benefício da dúvida aos organizadores (Laura Castro / Bernardo Pinto de Almeida / Armando Alves), gente que sabe bem quem foi o pintor (Armando Alves é inclusivamente seu conterrâneo e amigo!), pois tenho a plena consciência que o próprio Rogério Ribeiro pode ter recusado, ainda para mais quando sei que a monografia da sua obra foi ainda este mês apresentada na Cordeiros Galeria, Porto.

14 de novembro de 2006

Sobre nós, os portugueses 2

Nós os portugueses somos também todos orfãos. Orfãos de Amália, Salazar, Álvaro Cunhal, Fátima, da Monarquia, da nossa terrinha quando estamos fora... daí que tendamos a portarmo-nos como orfãos de algo. Somos abusivos, queixinhas, tendemos a mal dizer a vida ingrata... Mas talvez o mal não seja só nosso, ou melhor, não seja exclusivamente nosso... maldita latinidade!

Sobre nós, os portugueses

"Mas a consequência maior da incapacidade de falar com o outro, e de o ouvir, é a impossibilidade de encontrar o "tom" que construirá o plano de inscrição das expressões verbais. O tom dá a intensidade adequada a partir da qual todo o tipo de fala (intensiva) é possível sem quebrar a conversa. Em Portugal ninguém proura o tom.
Por isso, o que se diz não se inscreve, não constitui acontecimento. Qualquer promessa é vã. Não há superfície de inscrição possível para as palavras que deveriam construir o acontecimento. O saltitar contínuo, a interrupção necessária, a dispersão, a impunidade da fala autista impedem que o desejo (a fala) se inscreva produzindo efeitos no real."
________
in GIL, José - Portugal, hoje: O medo de existir, 7ª edição, Lisboa, Relógio d'Água, 2005, pp. 57.

Lomo

supersampler / sem título / Outubro de 2006

NOVA EXPERIÊNCIA

Esta é uma nova experiência na qual vou tentar criar um blogue muito pessoal, restrito e assumidamente introspectivo. Vamos ver no que isto dá.

13 de novembro de 2006

"Tal era eu quando me assentei sobre as fragas; e a minha alma via passar diante de si esta geração vaidosa e má, que se crê grande e forte, porque sem horror derrama em lutas civis o sangue de seus irmãos."
________
in HERCULANO, Alexandre - Eurico o Presbítero, Porto, Porto Editora, 1980, pp. 47.